Visita ao MHNJB - Relato

Exposição Arqueológica

Durante a visita à exposição arqueológica do MHNJB, chama atenção a variedade de culturas distintas expostas, apesar da relativa “proximidade” das comunidades estudadas, visto que todas eram localizadas no estado de Minas Gerais.

Apesar disso, é interessante perceber (contraditoriamente) a semelhança nas práticas estabelecidas, em que se nota intuitos parecidos, mesmo que com rituais e visões do mundo completamente diversas.

Um exemplo que me marcou foi a cápsula de ossos - revestida de couro e palha, abrigando os ossos de uma criança tingidos de vermelho. Percebe-se um cuidado, uma importância dada ao sepultamento, semelhante à que se dá na atualidade, por exemplo. Mesmo com um entendimento do corpo totalmente diferente, o zelo é uma característica presente em ambas as culturas mencionadas.

O visitante é também provocado a analisar a exposição fugindo dos viés de objetificação, e passando a entender os itens como uma forma de imersão nas culturas apresentadas. A exposição o convida a interpretar os itens a partir da sua sua singularidade cultural, a abandonar, mesmo que por um segundo, as próprias visões de mundo e enxergar a vida a partir das “lentes” daqueles indivíduos.



Presépio do Piripau

O presépio do senhor Raimundo é riqueza. Arrisco dizer que, mesmo assistindo a sessão por horas a fio, seria possível perceber um novo elemento em mais alguns minutos dedicados a apreciar a obra. O conjunto revela, pela sua própria grandiosidade, ter sido de fato uma obra de uma vida inteira, sem apagar a simplicidade e o cuidado perceptível na sua construção, passo a passo, boneco a boneco. A sincronia presente é surpreendente, tanto de sons como de movimentos, e a multiplicidade de cenas e detalhes é simplesmente envolvente e fascinante.



(Vídeos do Presépio e Casa de Máquinas, respectivamente)

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